sexta-feira, 17 de julho de 2009

Histórias familiares (1)

.Laura e Sebastião
Aida Teixeira foi buscar a sua nobreza ao ramo da Mata, enxertado no tronco dos judeus que procuraram aquelas terras quando foram enxotados da Estremadura espanhola, possivelmente de Hervas, pelos reis católicos. Basta olhar para o perfil do tio Porfírio ou para o da avó Maria Reto para perceber isso; mesmo o tio Laureano revela essa nobreza na fotografia tardia que o Juan Carlos nos trouxe.
Do seu pai, Sebastião, pouco se sabe e o que sabe não é muito abonatório, era ciumento, artista sapateiro porventura falhado, presumo enjeitado pela família, teve a pouca sorte de sucumbir novo no surto da pneumónica em Agosto de 1918, dizia ter 43 anos pela certidão de óbito mas a certidão de nascimento atestava 47, terá ele subtraído uns anos para justificar o casamento com a bela e jovem Laura.

Tenho um depoimento através da prima Helena, que diz que Sebastião era cliente duma pensão/hotel que o João Moutinho, pai de Laura, tinha em Luanda e que raptou a jovem para casar com ela, consumando deste modo o seu desiderato, para grande desgosto da bisavó Reto e do João Moutinho. Este João, alcunhado de Roseirão pela sua bela figura, estava desterrado em Luanda, por crime de homicídio, processo que mal conheço e gostaria de conhecer. Diz o Tó Sousa que o processo se perdeu num incêndio dos arquivos judiciais militares, ele era guarda fiscal, pena que não possamos perceber os motivos, isso podia ajudar a conhecer melhor a nossa família.

Luís

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