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Ainda pequenos, vimos partir o nosso pai para terras longínquas à procura, para uma família já crescida , do sustento que ali se tornava cada vez mais difícil conseguir.
Estas partidas, para outros continentes, revestiam-se, na altura, de um certo dramatismo. Basta lembrar que se passavam muitos dias até à chegada de uma primeira carta com noticias .
Eu tinha seis anos, e recordo que toda a gente chorava quando o meu pai foi para Angola. Como fui o único a não chorar tive que aguentar o comentários das velhas : “este tem um coração de pedra” .
E àquela casa vimos regressar, passados seis anos, um Zé Queirós combalido por uma doença tropical e que na estação de Vilar Formoso, onde o esperávamos, foi dizendo, logo que desceu do comboio, o nome de cada um de nós, como que a confirmar: “estão a ver que ainda vos conheço”.
Armando
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