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João Moutinho e Maria Reta tiveram três filhos: Porfírio, Laureano e Laura. Terá havido ainda outro filho de nome Abraão que terá morrido na infância. Por volta de 1905, como já se viu, Laureano embarca em Cádiz rumo à Argentina para nunca mais voltar. Nesses anos do inicio do século XX, muitos de S. Pedro emigravam para a Argentina pelo caminho espanhol, arregimentados, junto com grupos de espanhóis, todos indocumentados. Na minha infância, as referências que ouvia da minha mãe ao tio Laureano eram escassas e vagas: que lhe terá acontecido?, será vivo?, terá filhos?.
Numa ocasião, através de um regressado, recebemos um relato na terceira pessoa, que falava de um tal Dom Laureano, senhor de terras nas Pampas que andava de “charrete” e usava longas barbas. Logo a imaginação infantil se incendiou e idealizou um mundo de cavalos, de ranchos, de cowboys e de aventuras.
Mas a verdadeira história de Laureano conheci-a eu muitos anos depois quando um seu neto, Juan Carlos Augusto, anuncia na Internet “ busco alguién de S. Pedro do Rio Seco que me informe sobre mi abuelo Laureano, hijo de Juan Moutinho y Maria Reta”
Quando o pedido cai por acaso no meu computador as campainhas soaram logo: será possível, será o mesmo Laureano?
Era.
Laureano casou em Puan, província de Buenos Aires, com Maria Schneider de dezasseis anos, nascida em Bahia Blanca, filha de uns alemães que já tinham andado pela Rússia, onde não terão prosperado e que ficariam conhecidos na Argentina por “alemães do Volga”.
Laureano e Maria tiveram 24, digo bem, vinte e quatro filhos. Netos não sei , terão sido muitos,todos meus primos. Maria chegou mesmo a ser agraciada, no dia da mãe, pelo intendente de Alpachiri - terra onde ficou a viver - pela sua contribuição para o aumento populacional.
A um dos filhos Laureano pôs o nome de Porfírio, uma filha baptizou-a de Laura. Laureano nunca terá esquecido S. Pedro e a sua infância. Mas nunca chegou a saber que tinha uma sobrinha chamada Aida.
Luís
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1 comentário:
Juan Carlos enviou um email que diz o seguinte
Muito engraçado!
Vou continuar a visitar este sitio muitas vezes para aprender mais sobre familia.
Mando algumas correcções no texto:
* Maria Schneider nasceu en Bahia Blanca (Provincia de Buenos Aires) e casou con Laureano en Puan (Provincia de Buenos Aires)
* O prémio no Dia da Mae foi concedido pelo intendente de Alpachiri (o povo onde ela fico a vivir nos seus últimos anos da vida) mas é uma tradiçao na Argentina que o presidente é o padrinho do 7mo filho varão.
Saludos
Juan
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