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Este blogue está a cumprir a sua missão: revelou uma mulher especial que foi a nossa mãe; muitas pessoas falaram dela, uns que a conheceram bem, outros que a conheceram menos bem e até alguns que nunca a conheceram. Senti como era querida por todas as pessoas que escreveram sobre ela. A mim, deu-me um imenso prazer recordar a minha mãe.
A ideia inicial de falar de Aida foi ultrapassada: acabou por ser um regresso ao mundo de infância onde desfilaram muitas outras figuras que nos foram muito queridas, muitas delas já desaparecidas.
Os meus irmãos deram uma colaboração preciosa. O Armando exprimiu-se com grande sinceridade, abriu o coração, o que nos Queiroses é difícil, acham sempre que têm o dever de racionalizar tudo, acham que o sentimento é lamechas, que chorar não é próprio de homens inteligentes. São dele os melhores textos deste blogue.
O Norberto, tenho a certeza, foi quem mais intensamente viveu esta visita ao tempo de Aida. Todos os dias o filho, Luís Carlos, lhe imprimia os textos, ele lia e guardava. Disse o que sentia e mais não era preciso.
O António viveu a história de Aida à maneira dele, preferiu fechar-se na concha da suas vivências. Ele guarda, mais de qualquer um de nós, estas e outras histórias num relicário muito dele, parece ter uma certa avareza de as partilhar, imagino até que tem receio de as perder se as trouxer à luz do dia.
Primos, sobrinhos, afilhada, netos e bisnetos, até os amigos do Liceu quiseram deixar o seu testemunho. Os mais novos, ganharam um avó ou uma referência.
Estas são as nossas raízes. Como resultado do encontro que parecia impossível de Aida e José nasceu uma família que tem uma história para contar. É esta história que nós os mais velhos deixamos aos mais novos para que eles se sintam orgulhosos das suas origens. Que a imagem de Aida e aquilo que ela simboliza os proteja na caminhada das suas vidas.
Aida cruzou o século XX: quando nasceu o mundo era mais pequeno, a sua população era de mil e oitocentos milhões; em 2012, cem anos após o seu nascimento, o mundo terá sete mil e duzentos milhões, quatro vezes mais do que em 1912. Paradoxalmente a terra onde Aida viveu e teve os seus filhos viu reduzir, no mesmo período, a sua população para um quarto. Temos de perceber este tempo de mudança e a vida de Aida pode ajudar-nos a isso. Com o seu exemplo, ela também já está a contribuir para unir as gerações.
Luís
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